Flash Gordon foi para um planeta distante, de nome Mongo, onde combateria o mal em pleno anos de 1930, claro que a história seria passada num futuro distante ... Mas essa foi a premissa de Alex Raymond ao criar um dos personagens mais clássicos das HQs. Confira o blog que leva este título ... http://planetamongo.wordpress.com/
Blog do Intercâmbio Ciência Ficção Alex Raymond, instituição criada em outubro de 1965, em Piracicaba (S.P.), na intenção de difundir a cultura das histórias em quadrinhos através do Ficção, primeiro fanzine brasileiro.
domingo, 30 de dezembro de 2012
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Você sabia que gibi ... é coisa de gente grande ?!?!
Era uma vez uma criança que gostava de ler histórias em quadrinhos e sonhava em sobreviver escrevendo e desenhando suas aventuras. Assim como este personagem fictício, existem centenas de pessoas Brasil afora com o mesmo sonho. E, pela primeira vez, desponta no horizonte uma possibilidade real de se desenvolver um mercado sólido de HQs no país.
A luta pela valorização das HQs não começou hoje. Desde os anos 50 algumas associações já defendiam a criação de políticas públicas para o segmento como contrapartida para a enxurrada de publicações estrangeiras. Em 2006 um deputado do Piauí apresentou o Projeto de Lei 6.581 que estabelecia mecanismos de incentivo para produção, publicação e distribuição de revistas em quadrinhos nacionais. Entre as diversas propostas, destacava-se a criação de programas específicos por parte de bancos e agências de fomento federais, como linhas de crédito para autores independentes e financiamento para abertura de pequenas editoras.
Gibi é coisa de gente grande ! E olhe que isso é plena verdade !!! Que o diga Kendi Sakamoto, autor do blog "Gibi Raro". Visite-o : http://www.gibiraro.com.br/curiosidades.asp
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
O humor pacifista de Mordillo
O Estado de S. Paulo - 21/10/2012 - Ubiratan Brasil
Desenhista argentino festeja 80 anos com nova exposição e sua primeira animação de longa-metragem
Quando estava com apenas 5 anos, o argentino
Guillermo Mordillo foi tomado por uma visão: ao assistir o clássico
desenho Branca de Neve e os Sete Anões, de Walt Disney, descobriu que o
mundo também podia ter cores mais belas e traços mais delicados. Foi o
suficiente para decidir que carreira seguiria – hoje, aos 80 anos
(completados em agosto), Mordillo é artista consagrado, autor de
desenhos inconfundíveis e fôlego interminável, pois se prepara para
realizar seu primeiro longa metragem. [...] A decisão de ser desenhista começou quando viu Branca de Neve no cinema? Sim,
foi uma experiência inesquecível. Fiquei deslumbrado e comecei a
desenhar. Logo comuniquei aos meus pais que seguiria aquela profissão.
Era um moleque e eles não disseram nada. Acho que era algo tão fora de
propósito que preferiram ficar em silêncio (risos). No início, eu só
copiava o traço alheio e apenas depois de 13 anos é que sedimentei meu
próprio estilo.
domingo, 16 de dezembro de 2012
Lançamento do livro a História da Caricatura Brasileira
A obra História da Caricatura Brasileira, de autoria de
Luciano Magno e editado por Lucio Muruci, examina a trajetória e a
produção dos protagonistas da caricatura no Brasil desde o século XIX
até a época contemporânea. Faz parte de uma coleção em vários volumes,
que tem o objetivo de resgatar e revisar a história da caricatura
brasileira, mapeando a nossa produção gráfica, dos primórdios até os
dias de hoje, com registros e análises biográficas sobre a trajetória e a
obra dos principais caricaturistas brasileiros. Revela artistas dessa
área que não foram contemplados ou sequer citados nos estudos
anteriores.
A História da Caricatura Brasileira refunda a caricatura no
Brasil, estabelecendo novo marco inaugural e fundador dessa arte no
país. Ao lado desse novo paradigma, esta obra também destaca a
fundamental importância precursora de Manoel de Araújo Porto-Alegre, e
revela novas produções de sua autoria e de inúmeros outros autores.
O surgimento da aventura da caricatura no Brasil, com a apresentação de
centenas de maravilhosos artistas do século XIX, em noventa capítulos,
528 páginas, é o tema do primeiro volume dessa obra monumental que se
apresenta agora ao público.
O projeto História da Caricatura Brasileira, patrocinado pela Petrobras e co-patrocinado pela Eletrobras e Suzano Papel, resgata mais de 300 célebres caricaturistas brasileiros, em vários volumes, constituindo a maior obra sobre a caricatura no Brasil, em grande formato e edição de luxo, sobre os nossos artistas desde o século XIX até o final do século XX.
O Lançamento Oficial do livro HISTÓRIA DA CARICATURA BRASILEIRA, com cobertura de Imprensa, está marcado para o dia 17 de Dezembro na Casa de Cultura Laura Alvim, Ipanema, RJ, as 19 horas. (das 19 as 22 horas)
e no Instituto Cervantes, na Avenida Paulista n. 2439 - Térreo, em São Paulo, no dia 18 de Dezembro de 2012, a partir das 18 horas (das 18 às 21:30 h).
O livro pode ser adquirido também pelo site www.historiadacaricatura.com.br , pelo e-mail do Editor da obra Lucio Muruci: lucio.muruci@ig.com.br, para aqueles sem tempo de prestigiar o lançamento.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
A premiação dos quadrinhos brasileiros
A Associação dos Quadrinistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo – AQCESP – promove a outorga do Troféu Angelo Agostini aos melhores quadrinistas brasileiros e publicações da área. Esta é uma das mais prestigiadas premiações dos quadrinhos no país, sobretudo por dirigir-se exclusivamente à produção nacional.
O Troféu Angelo Agostini é uma homenagem ao ítalo-brasileiro pioneiro dos quadrinhos, cujo personagem “Nhô-Quim” antecipou- se em décadas à explosão dos quadrinhos no jornalismo estadunidense, que criou a estrutura mercadológica para essa expressão cultural. Lançado no Rio de Janeiro em 1869, “Nhô-Quim” fazia a crítica ao absolutismo no Brasil em histórias que satirizavam a vida na corte.
A votação ao Troféu Angelo Agostini é aberta aos leitores, sendo que este ano deixa de ser em cédula impressa e passa a ser por formulário eletrônico, que se encontra em http://aqcsp.blogspot.com.br/p/loading.html.
Essa novidade abre o universo de votantes, já que o formulário pode ser difundido de forma massiva.
Leia mais clicando aqui.
domingo, 9 de dezembro de 2012
Q.I.
QI edição 116 de julho/agosto de 2012.Publicação de Edgard Guimarães traz homenagem ao criador do fanzine brasileiro.
domingo, 2 de dezembro de 2012
Treasury Comics e a EBAL
Site de Rob Kelly sobre o universo da DC Comics. Interessante é ver que, nas publicações ao longo do mundo, a EBAL merece um destaque.
Visite clicando neste link http://www.treasurycomics.com/gallery/galleryFOREIGNebal.htm
Adolfo Aizen e a EBAL
Quando fundou a Ebal, Adolfo Aizen já era um editor veterano. Aliás,
mesmo o Grande Consórcio de Suplementos Nacionais, que editou o
Suplemento Juvenil, já era seu segundo esforço empresarial. Ele
já tinha tentado a sorte com uma outra pequena editora antes, sem sucesso.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Aimar Aguiar
Aimar Aguiar nasceu em Salvador, BA, em 25 de novembro de
1946. Atuou como militar do Corpo de Bombeiros, aposentando-se no posto de
Coronel. Trabalhou também como Professor de Educação Física, dando aulas de
natação.
Todos os
fanzineiros do passado e presente deste imenso Brasil devem agradecer ao nosso
pai, o super-herói dos fanzines, o falecido Edson Rontani. Este foi um dos
motivos que me incentivou a fazer o “Nostalgia dos Quadrinhos”. Na época, anos
1960 e 1970, em vários estados, publicavam fanzines. Em São Paulo, o “Ficção”
de Edson Rontani e “Vivendo os Quadrinhos” de Artur Antônio Rocha Ferreira. Em
Minas Gerais, o “Boletim do Herói” de José Agenor S. Ferreira. Na Bahia, “Na
Era dos Quadrinhos” de Gutemberg Cruz Andrade, “Focalizando os Quadrinhos” de
Jorge Antônio Ramos e “De Olho nos Quadrinhos”. No Rio Grande do Sul,
“Historieta” de Oscar Christiano Kern. Ninguém daquela época dedicava um
fanzine inteiramente à nostalgia. Como eu colaborava com vários fanzines com
material nostálgico, decidi elaborar o “Nostalgia dos Quadrinhos”, que foi um
sucesso e até o presente momento (2002) é o mais antigo sendo publicado.
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
Setentão louro e carioca
* Jotabê Medeiros - O Estado de São Paulo
Papagaio! A exemplo de Gilberto Gil, Milton Nascimento, Caetano Veloso, o Zé Carioca tá fazendo 70 anos!
Trata-se de uma data importante para o "carioca way of life". O
personagem Zé Carioca, criado por Walt Disney em 1942, morava na favela.
Vivia de pequenos expedientes, golpes em restaurantes de hotéis,
diversão de penetra em clubes grã-finos. A periquita Rosinha, sua
namorada eternamente enrolada, surgiu nos quadrinhos como uma das mais
sexy pin-ups da era pré-Jessica Rabitt.
Zé Carioca não cumprimentava friamente, como os americanos, mas dava
abraços "quebra-costelas" nos chegados, como no turista gringo Pato
Donald. Nas primeiras tiras, ele era identificado como José (Joe)
Carioca. Agora, para celebrar a data, sua história é tema de um especial
da Editora Abril, que reedita todas as tiras iniciais produzidas entre
1942 e 1944, além de uma seleção especial de histórias até 1962
recoloridas digitalmente.
Por causa de sua faceta de malandro e inimigo do trabalho, Zé Carioca
já foi alvo de campanhas politicamente corretas. "O Zé Carioca é um
personagem antiético terrível, com todos os clichês negativos", disse,
em 1999, a autora Denise Gimenez Ramos, professora titular da PUC e
coautora da tese Os Animais e a Psique (Palas Athenas, 284 págs.), na
qual buscava restabelecer conexões simbólicas entre as pessoas e os
bichos - incluindo suas representações ficcionais. "O personagem de
Disney nunca trabalha, fica em geral deitado numa rede sonhando em
ganhar na loteria - é um arquétipo falso, que perpetua o Macunaíma",
afirmou.
O pioneirismo de Disney com o Zé Carioca sempre foi questionado. Já
havia precedentes simultâneos e até anteriores. O cearense Luiz Sá
(1907-1980) criou, nos anos 40, um papagaio vestido de gente chamado
Faísca, que apareceu muitos anos antes do Zé Carioca. E há a eterna
desconfiança que a inspiração de Disney tenha partido de um trabalho do
cartunista brasileiro J. Carlos.
Em agosto de 1941, Walt Disney visitou o Brasil (além de alguns
outros países da América do Sul), estimulado pelo irmão Roy, como parte
do esforço da Política de Boa Vizinhança do governo Franklin Roosevelt,
que visava a estreitar as relações dos Estados Unidos com os países
latinos.
Para o pesquisador Celbi Vagner Pegoraro, jornalista, pós-graduado em
Relações Internacionais e doutorando em Ciências da Comunicação pela
Universidade de São Paulo, há muitas inspirações que resultaram no
papagaio folgazão de Walt Disney, e não só os desenhos de J. Carlos.
"Mas é fato que Walt Disney ficou encantado com a obra do brasileiro",
afirma.
Pegoraro lembra que a saison brasileira de Disney o mostrou menos
interessado em eventos diplomáticos e mais em atividades artísticas (foi
ao lançamento do filme Fantasia no Rio e em São Paulo), e seu primeiro
encontro com J. Carlos ocorreu numa exposição na Associação Brasileira
de Imprensa. Na mostra havia obras de diversos brasileiros, mas os
desenhos de J. Carlos retratavam a fauna brasileira, incluindo aí o
papagaio. Seus traços chamaram tanta atenção que dois fotógrafos da
equipe de Disney gastaram muito tempo registrando os quadros. Durante um
almoço promovido pelo chanceler Oswaldo Aranha no Palácio do Itamaraty,
Disney fez pessoalmente um convite para que J. Carlos trabalhasse em
seu estúdio, mas o brasileiro recusou. Foi então que o artista
presenteou Disney com um desenho de papagaio.
Após 70 anos, Zé Carioca permanece sendo publicado pela Editora
Abril. As revistas aproveitaram o sucesso do personagem nos filmes dos
anos 1940 e 1950. Em 1944, ele estrelou o filme Você Já Foi à Bahia?, da
Disney (nos quais sua voz não era de um carioca da gema, mas do
paulista de Jundiaí José do Patrocínio Oliveira, indicado por Carmen
Miranda).
A partir daí, o gibi do Zé Carioca inicialmente alternou números com o
Pato Donald até ganhar a própria publicação em janeiro de 1961, época
em que cartunistas brasileiros começaram a ter sua chance. "Porém, seu
auge ocorreu mesmo nos anos 1970, pelas mãos do gaúcho Renato Canini,
que aproximou de forma mais latente o Zé Carioca da realidade
brasileira, consolidando sua identidade de malandro", conta Pegoraro.
Suas aventuras ocorrem na Vila Xurupita, um bairro fictício nos
morros do Rio, e o personagem ganha uma série de amigos e parentes, caso
do Zé Paulista, um primo louco por trabalho. Desde então, outros
artistas brasileiros prosseguiram com o personagem e há um desafio da
nova geração, como a do quadrinista Fernando Ventura, de desenvolver o
Zé Carioca para uma nova geração. Especialmente agora que o volume 2
terá duas histórias inéditas feitas por brasileiros.
sábado, 20 de outubro de 2012
As décadas de ouro dos quadrinhos
* por Edson Rontani
O período de
1930 a 1940 foi o marco definitivo das histórias em quadrinhos. Ação e
personagens fantásticos tomaram conta das páginas dos jornais diários e
revistas próprias. Começando em 1929 com Tarzan, por Rex Maxon; Buck Rogers,
por Dick Calkins, em 1930; Capitão César, por Roy Crane, em 1931; Dick Tracy,
por Chester Gould, em 1932; Agente Secreto X-9, por Alex Raymond, em 1932;
Brick Bradford, por Clarence Grey, em 1933; Flash Gordon e Jim das Selvas, por
Alex Raymond, em 1934. Nesse ano surgiu o extraordinário mágico Mandrake,
criado por Lee Falk e com desenhos de Phil Davis. Em 1935, surge Terry e os Piratas,
por Milton Caniff. Em 1936, Harold Foster realizou sua obra mais ambiciosa: O
Príncipe Valente. Em 1937 apareceu Red Ryder (Bronco Piler), de Fred Hermann, e,
em 1938, Charlie Chan, por Alfred Andriola. Essa foi a década de uma verdadeira
revolução das histórias em quadrinhos.
Em 1935,
William M. Gaynes desenhou a primeira revista que continha diversas histórias
em quadrinhos completas, em cores, e assim surgiram personagens como, Super-Homem,
Batman, O Raio, Tocha Humana, Príncipe Submarino, Capitão Marvel, e muito
outros heróis. Na década de 50, os desenhistas decidiram produzir em larga
escala aventuras do faroeste. Pouca novidade e nem houve revelações, com exceção
de dois bons desenhistas, Frank Robbin e John Cullen, autores de Big Ben Bolt.
Em 1950 as
histórias em quadrinhos se encontraram em uma etapa plena de madureza e
superante. Deve-se a vários fatores, pelo trabalho intenso e criativo que deu
resultado a criação de ambientes, tramas e personagens que respondem a uma
necessidade particular de temperamento do leitor. Pode-se afirmar que as
histórias em quadrinhos americanas já impunham absoluta superioridade. No
Brasil ela começou a evoluir em finais da década de 50, com crescente rapidez,
aperfeiçoando-se em suas realizações e desenvolvendo-se em grandes proporções.
Entre os desenhistas brasileiros que manifestaram-se destacam-se: André Le
Blanc, Messias de Mello, Antônio Euzébio, Jayme Cortez, José Geraldo e outros.
Muitas revistas brasileiras foram editadas na década de 50. A maioria
dedicava-se às histórias de terror. Pouca oportunidade tiveram nossos
desenhistas. As revistas produzidas por brasileiros não aguentaram a chegar até
o final da década de 60. O único que se manteve no ramo e ainda se mantém é o
autor da Mônica, Bidu, Cebolinha, o grande desenhista Maurício de Sousa.
Matéria originalmente publicada
no jornal “Tribuna Piracicabana” em 19 de fevereiro de 1993
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Drácula: literatura e quadrinhos
*
por Edson Rontani
“Carmila” é uma eficiente e angustiante história de
vampiro. Mas ninguém, do gênero, conseguiu provocar maiores arrepios que o Conde
Drácula. Provenientes das sombras regiões entre a vida e a morte, o vampiro é
um dos mais resistentes mitos do terror. A crença nos vampiros sempre foi mais
forte nos balcãs e esta foi a região escolhida por Bram Stoker (1837-1912) para
situar o castelo do maior vampiro de todos: Drácula.
Stoker, um irlandês sempre em busca de sucesso
literário, enveredou pelos métodos clássicos do folhetim ao contar a história
do Drácula, publicado em 1897.
O público da época adorou, desde então, sobretudo com
a propriedade advinda das muitas versões cinematográficas, o mito do vampiro
implacável e elegante se fez crescer. Juntando a lenda da Transilvânia ao
entrecho de uma peça popularíssima sobre vampiros , “Varney", ele cria o
misterioso conde que mora num castelo e, com
força sobrenatural, dominando os elementos e os animais, é o príncipe
das trevas. Um estranho marginal, cruel mas charmoso e fascinante, por isso
mesmo, continua mais vivo do que nunca.
Com o fim da II Grande Guerra Mundial, os super-heróis
dos quadrinhos começaram a perder o prestígio. Desgastados pelo excessivo uso
de seus poderes contra o Inimigo nazista, agora continuava a repetir as mesmas
fórmulas, enquanto o interesse do público diminuía cada vez mais.
Foi nessa época do pós-guerra que o desenhista
americano Stan Lee, criador de vários super-heróis, também abandonou-os. Logo
depois, em 1950, Stan Lee iniciava a explosão comercial de uma nova moda que
estava surgindo: as dos contos de terror. Revistas como “Adult Fantasy”, “Tales
of suspense”, “Strange Tales”, apareceram com sucesso nos estados Unidos,
principalmente as histórias de Drácula.
No Brasil, a primeira revista de terror foi lançada
pela Editora La Selva, de São Paulo, com o nome de “Terror Negro”, em 1950,
apresentando um herói que tinha o mesmo nome da revista, mas nada de história
de terror. Não deu certo e parou de ser publicada por uma temporada. Em 1951, a
editora La Selva recebeu a proposta para lançar no Brasil a “Beyond”, uma das
muitas revistas de terror que se publicavam nos Estados Unidos. A proposta foi
aceita, e em agosto daquele mesmo ano, a revista começou a circular com o mesmo
nome de “Terror Negro”, só que desta vez com histórias negras.
O Brasil foi campeão de publicações de revistas de
histórias de terror nas décadas de 50 e 60, com mais de 100 títulos novos. Proibida
nos Estados Unidos, as histórias de terror, começaram a ser produzidas aqui
mesmo pelos brasileiros. Drácula, desenhado pelo brasileiro Nico Rosso, foi o
personagem que mais histórias em quadrinhos teve em nosso país.
Matéria
originalmente publicada no “Jornal de Piracicaba” em 14 de março de 1993
domingo, 8 de julho de 2012
Edson Rontani na “Graphis” da Suiça
Acima : reprodução da GRAPHIS edição 119 de 1965
A “Graphis”, editada em Zurik, Suiça,
dedicou em edição especial em inglês, francês e alemão, uma enciclopédia
inteiramente ao “Comics”: The Art of the Comic Strip/Die Kunst dês Comic
Strip/L’Art de La Bande Dessinee”. No levantamento bibliográfico, na parte
referente ao Brasil figura o conterrâneo Edson Rontani, considerado como um dos
pioneiros no estudo e pesquisa da história em quadrinhos em nosso país.
Edson Rontani, figura conhecida em nossos
meios jornalísticos de há muitos pelos seus trabalhos humorísticos que
constantemente são estampados na imprensa, foi quem fundou, em 1965, o Intercâmbio
Ciência-Ficção “Alex Raymond”, divulgando o nome de Piracicaba pelo Brasil afora.
O Intercâmbio Ciência–Ficção “Alex Raymond”,
entidade dedicada ao estudo sistemático e sociológico da ficção em quadrinhos,
poderoso instrumento de comunicação de massas, é formado por intelectuais
acatados que muito estudam as historietas, os mitos, situam historicamente as
histórias e passam a compreender o que elas significam para a formação
intelectual.
Edson Rontani é autor de várias capas de
livros e revistas de histórias em quadrinhos, tais como “Superman”, “Batman”,
editadas pela editora Brasil-America S.A., do Rio de Janeiro. Sua dedicação pela
arte gráfica vem de longe, desde os bancos escolares. Publicou os seguintes
jornais e revistas: “O Guarani” (1944), no Grupo Escolar “Barão do Rio Branco”;
“O Estudantil” (1948), no Instituto Educacional
“O Piracicabano“, “O Colegial” (1949), No Instituto de Educação “Sud Mennucci”,
“O Lider” (1953), pela Federação Estudantina Piracicabana. Em 1954, editou para
nossa cidade a revista “Piracicaba Magazine”, em 1958, o livro “Charge n.º 1”;
em 1959, “O Jornal o Rádio”, em 1961” o livro “Charges n.º 2”; em 1965, a
revista “Ficcção” e 1970 o álbum “Fanzine”.
Atualmente, Edson Rontani tem se dedicado
exclusivamente às histórias em quadrinhos que nos últimos anos vem se firmando
de suma importância como fator social e cultural, tendo-se criado vários
núcleos pesquisadores e interessados especificamente nessa arte do nosso
século.
(Jornal
de Piracicaba 17/08/1977)
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